quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Semeador

A “Parábola do Semeador” é um dos mais conhecidos ensinamentos de Jesus Cristo e, curiosamente, para quem gosta de surfe, praia, e afins, esse discurso foi realizado a beira mar.

Algumas dezenas de séculos depois, inspirado nas palavras de Cristo, Vincent Van Gogh pinta o quadro O Semeador, 1888 .


Inspirado no quadro VANGOGHANO e na AULA dada por Cristo (não necessariamente nessa ordem), Daniel nos trouxe a seguinte reflexão nessa quarta-feira em nossa reunião semanal:

Após lermos o texto escrito no livro de Lucas 8:4-15, nosso colega nos chamou a atenção para os quatro tipos de solo elencados por Jesus nessa parábola.

O primeiro tipo de solo é o encontrado a "beira do caminho", que sem a proteção e a preparação adequada, tem a semente pisada ou comida pelas aves, não tendo a chance de germinar.
O próprio Cristo em seguida nos dá a revelação sobre o que foi dito, e nesse caso Ele mostra que os que estão junto ao caminho chegam a ouvir, mas têm a palavra de Deus tirada do coração.

O segundo tipo é a "pedra", que recebe a semente e onde até mesmo ocorre uma breve germinação, mas por não permitir fixação de raízes, não vinga. Esses também ouvem e se alegram com os ensinos de Deus, mas a falta de raízes faz com que o tempo traga as tentações e os faça desviar de seus bons caminhos.

O terceiro tipo de solo está repleto de "espinhos", e crescendo junto a eles foi sufocada. Ou seja, ouvem, entendem e se alegram. Porém, são sufocados pelos espinhos das preocupações diárias, busca de riquezas, deleites da vida e assim são incapazes de dar frutos perfeitos.

Finalmente, o quarto e último tipo de solo é "bom". Esse recebe a semente que nasce e dá muitos e bons frutos. Aqui, Jesus diz que, estão aqueles que ouvem a palavra de Deus, a conservam em um coração honesto e bom, e como conseqüência dão frutos com perseverança.

Daniel fez questão de ressaltar o versículo 11, que nos mostra que “A semente é a palavra de Deus”.

Ele também lembrou que, o texto em questão não tem a pretensão de relacionar os “tipos de solos” aos diferentes tipos de pessoas, sejam eles, tipos físicos, culturais, sociais, e tantos outros. Segundo Daniel – E eu entendo assim também – os “tipos de solos” estão verdadeiramente relacionados ao “coração” humano, ou melhor, ao ser humano de uma maneira geral. Afinal, todos nós estamos sujeitos em certos momentos a receber determinadas mensagens como pedras, espinhos, ou deixa-las perdidas em meio ao caminho.
Também identificamos durante uma troca de idéias, que algumas pessoas tentam “relativizar” os ensinos de Jesus em favor de suas próprias vontades.

Por fim, sabiamente, Daniel convidou a nos posicionar diante deste texto bíblico, não apenas como solo bom e fértil a fazer (ou não), frutíferas as sementes. Ele nos fez imaginar o mundo como um terreno diversificado, com pedras, espinhos, e outros tantos solos impróprios, e sendo nós como os semeadores diários da palavra de Deus. Fazendo isso de maneira fidedigna à interpretação que o próprio Deus quer que tenhamos.

Vide Texto do Padre Antônio Vieira:

"As palavras de Deus, pregadas no sentido em que Deus as disse,
são palavras de Deus; mas pregadas no sentido que nós queremos,
não são palavras de Deus, antes podem ser palavras do Demónio.
Tentou o Demónio a Cristo a que fizesse das pedras pão.
Respondeu-lhe o Senhor: – Non in solo pane vivit homo, sed in
omni verbo, quod procedit de ore Dei. Esta sentença era tirada
do capítulo VIII do Deuteronómio. Vendo o Demónio que o Senhor
se defendia da tentação com a Escritura, leva-o ao Templo,
e alegando o lugar do salmo XC, diz-lhe desta maneira: Mitte te
deorsum; scriptum est enim, quia angelis suis Deus mandavit de
te, ut custodiant te in omnibus viis tuis: “Deita-te daí abaixo, porque
prometido está nas Sagradas Escrituras que os anjos te tomarão
nos braços, para que te não faças mal”. De sorte que Cristo
defendeu-se do Diabo com a Escritura, e o Diabo tentou a Cristo
com a Escritura. Todas as Escrituras são palavra de Deus; pois se
Cristo toma a Escritura para se defender do Diabo, como toma o
Diabo a Escritura para tentar a Cristo? – A razão é porque Cristo
tomava as palavras da Escritura em seu verdadeiro sentido, e o Diabo
tomava as palavras da Escritura em sentido alheio e torcido; e
as mesmas palavras, que tomadas em verdadeiro sentido são palavras
de Deus, tomadas em sentido alheio, são armas do Diabo. As
mesmas palavras que, tomadas no sentido em que Deus as disse,
são defesa, tomadas no sentido em que Deus as não disse, são
tentação. Eis aqui a tentação com que então quis o Diabo derribar
a Cristo, e com que hoje lhe faz a mesma guerra do pináculo do
templo. O pináculo do templo é o púlpito, porque é o lugar mais
alto dele. O Diabo tentou a Cristo no deserto, tentou-o no monte,
tentou-o no templo: no deserto, tentou-o com a gula; no monte,
tentou-o com a ambição; no templo, tentou-o com as Escrituras
mal interpretadas, e essa é a tentação de que mais padece hoje a
Igreja, e que em muitas partes tem derribado dela, senão a Cristo,
a sua fé.
"

Nenhum comentário:

Postar um comentário